Objetiva-se apresentar um relato de experiência em que me foi possível verificar na prática as contribuições possíveis da psicanálise em instituição, sobretudo, no dispositivo de grupo, onde neste, os pacientes em processo de protetização puderam trabalhar não somente a aceitação e adaptação à prótese como ‘’parte‘’ de seu corpo, mas concomitante a isso, podiam, ainda que em grupo, se fazer valer da escuta analítica para o encaminhamento de questões individuais que atravessavam estes sujeitos. Para tal, foi realizado uma revisão bibliográfica sobre o tema que nos possibilitou entender de que maneira o grupo passou a ser incorporado como ferramenta psicoterapêutica na prática clínica, bem como sua implantação dentro das instituições, assim como também foram utilizados fragmentos de casos clínicos como registro dos efeitos individuais e subjetivos produzidos mediante o trabalho coletivo. Verificou-se que embora no grupo em questão, os pacientes estivessem identificados pela amputação, o fato de haver um analista que sustentasse esse lugar de escuta do inconsciente, pode favorecer a apresentação de um discurso particularizado que permitiu a elaboração do luto, e a construção, aos poucos, de algum “sentido” para a amputação, bem como recolhimento da libido, e um reinvestimento em novos objetos. Conclui-se que assim como o grupo psicoterapêutico é uma importante ferramenta de atuação em instituições, a psicanálise também tem grandes contribuições a fazer, ambos servindo como outra opção de escuta e tratamento de suporte diante do desamparo estrutural e social de pacientes imersos no processo de adoecimento.